domingo, 2 de dezembro de 2012

VIDA ÚTIL


  Tenho vomitado palavras 
Sem qualquer plateia
Sem nenhum aplauso
O que não deixa de me agradar, pois me salva das vaias
Não quero críticas, as minhas me bastam
Nem tampouco elogios
É uma questão entre eu e eu mesmo
Escrever é sentir uma mão rasgando seu ser e de punho a punho ir rabiscando seu sentir
Despejo ódio e encontro amor
Grito raiva e sussurro leveza
Invento vidas para sentir o viver
Revelo mágoas e encerro capítulos
Afrouxo os nós das exigências, desengatilho a impiedosa autocrítica, molho a caneta no tinteiro para me desnudar
Afasto o clichê
Derramo letras de tristeza sobre um adubo de dor e colho autoconhecimento
Tremo de desesperança com febril pessimismo e me curo ao desabafar
Mãos conscientes redigem o que dita alguém que mora dentro de mim e conhece mais de mim do que eu sobre eu mesma
Murmúrios não verbalizados – Respiro o pensar, expiro a escrita
Nocauteio-me com verdades viscerais
Gosto amargo de sangue na boca
Pulso
Veia latejante
Coração acelerado
Vida
Escrever é sair do rastejar da sobrevida
O deslizar da caneta deixa o escritor em pé
Começo morta e termino viva.

                                        By Aranda l”

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Teatralizando

Se eu não fosse essa perdida na vida
Daria uma excepcional atriz
Antagonista de minha própria vida
Se me visse atuando até acreditaria em mim

Ela diz que estou bem
Mal sabe o que se passa em mim
Se soubesse meus pensamentos teria medo de mim
Um pé do outro lado, outro aqui

Não há um dia que eu não pense em partir
Mas sou boa atriz
Visto o personagem
E mais um dia passa por mim

Quem me dera eu fosse realmente valente
Pra enfrentar a mim
Mas se eu o fosse
Já não estaria mais aqui

Subo no tablado e olho pra platéia
Lotada das muitas de mim
No fundo só uma não aplaude
É a verdadeira eu - longe de mim

Ela não cai no meu teatrinho barato
E forçando os olhos entreabertos encara-me
Apavora-me saber que ela sabe o que se passa dentro de mim
E que eu estou longe de me despir.




                                        By Aranda l”
                                                                                                        

sábado, 24 de novembro de 2012

Nada muda

Menina silenciosa
Expirou ar frio como névoa cortante a sair dos pulmões
E a cada ofegante respiração parecia ir expelindo a si.

Estava pensando em ir embora
Partir sem se despedir
Sucumbir ao infinito
Feito pó brilhante no universo

Vento frio assoviando pesar
Desesperança de uma vida miserável
Nada acontece, senhor destino!
Onde estás que me abandonastes sozinha aqui?

Há tanta vida lá fora
E nada acontece da porta pra dentro
Grito abafado
- Nada muda!

Senhor destino?
Uma cruel espetada fatal sobre meu peito
Senhora morte?
Um golpe de sorte sobre meus ombros

Onde estão desgraçados?
Que nada muda!

                  
                                                                                               
                                                                       
                                                                                      By Aranda l”
                                                                            

Um pacto pós-vida

Eu tenho uma dor aqui no peito
Que está longe de ser amor
Ou, quem sabe, seja amor demais
Amor de quem ficou
E quer partir

Bailando ao favor dos ventos
Entregue ao impulso do esvoaçar
Subindo e descendo - rodopiando
Tal qual folha de papel no ar

Manchete velha de um jornal qualquer
Vida desfeita por um golpe da morte
Dei-me um gole de vida
Encha meu peito de mim

Flertando com a senhora morte
Uma fina dor se alojou em mim
Era tristeza, enfim
Mas não era só isso que me doía
Era saber que era meu fim

Erga minhas pernas para o salto mortal
Empurre-me do precipício
Envenene-me
Mas me livre de apenas sobreviver sem ti.

                                                                       
                                                                                                 By Aranda l”

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

MORREMORRER


Encantada por palavras. Não havia um dia sequer que não abrisse o dicionário grosso e pesado, que repousa na sua cabeceira, à procura de uma palavra nova.
Dias desses, folheava-o vagarosamente e uma das centenas palavras a surpreendeu: MORREMORRER. Sim, assim tudo junto. Sim, existe.
 Literalmente falando, qualquer pessoa morre ao morrer ou é justamente por morrer que morre, mas o adorado livro deixa claro o que significa - há apenas uma única definição – e cabe até um leve tom cômico ao saber seu significado: morrer aos poucos.
É uma morte à conta gotas. Ironicamente, tal qual nossa vida.
Morremos um pouco a cada anoitecer; Amanhecemos mais próximos da morte.
Ousaria dizer que a vida não passa de um morremorrer – a cada dia menos um dia de vida.
Alguns dirão que não passo de uma pessimista. Eles, os otimistas se antecipariam para me corrigir: - A cada dia ganha-se mais um dia de vida.
Ora, sinto muito contrariá-los, mas não encontrei no dicionário nenhum viveviver!!



                                                                                                By Aranda l”

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O outro

Quão surpreendente é mesmo a escrita, ou quão surpreendente sou eu mesma diante de mim.
Ao escrever um texto pensando em outrem acabei encontrando mais de mim do que  imaginara. Desembalei numa sentada só a despir o outro e estufei o peito no fim.
Maldita paranóia incessante de ler e reler.
Fim de um começo.
A releitura acertou em mim.
Houvera meu inconsciente me pregado uma peça? Era eu ali.
Inevitavelmente eu falava de mim.
Pausa.
Releio mais uma vez. Eu concluo o texto subentendendo que eu era igual aquele a que tecia duras críticas vis. Não seria assim na vida real? Aqueles que mais criticamos são os que trazem mais da gente em si.
Surpreende esse total fora de controle da gente sobre nós mesmos.
Será que vivemos o tempo todo assim, à mercê? Criamos mecanismos de autoesconderijo dentro de nós mesmo – nos escondemos com medo do nosso próprio julgamento.
Eu só via o outro.
Agora vejo o outro em mim.
O que tinha eu a ver com o outro, senão me achar ali?
Na clandestinidade do confronto desço ao porão do eu. De mim. Sinto raiva. É frustrante ver que o desalmado a quem você se referia na noite passada como protagonista de uma vida sem graça é o espelho com rachaduras que você se olha todo dia ao acordar.
Imploro resposta de mim: Se eu não fosse eu, o que acharia de mim?

Silêncio
Complacentes com nós mesmos, seguimos, porque as desculpas parecem tão reais.



                                    By Aranda l”

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Curiosidade



Bendita curiosidade
Eu tenho sobrevivido nos arcabouços do meu eu
Espreitando por frestas minha própria vida.
Tem sido uma sobrevida, é um fato!
Apenas um figurante se assistindo na coxia
Película em preto e branco
Um livro com páginas em branco
Sem sentido
Dias desses o vento soprou e as folhas balançaram freneticamente
Foi-se o vento
Livro aberto numa página qualquer
Um trecho salta aos meus olhos:
"Quem diria que viver daria nisso?"
Intrigante
Aquilo parece ser o que salvaria minha vida
Ou o que me impulsionaria ao precipício
Até onde seria capaz de chegar ao me aventurar com braveza?
Em que eu iria me transformar ou poderia ser caso me enfrentasse além do que ousasse ser capaz?
Onde viver iria dar?
Instigante.
Eu estava disposta a vivenciar
Só para olhar para trás com um sorriso de canto
Para aquela que sou eu hoje!






                                                                                                   By Aranda l”

domingo, 4 de novembro de 2012

A cada dia me aproximo mais da morte
Não, não é a morte 'morrida' de todos nós
Falo da morte 'matada'
Não, não a morte que nos matam
É a morte que tu é o Deus

Escrava das muitas dentro de si
Vidas em uma vida não vivida
Entregue a ti, definhamento
Decreto-me alforria de próprio punho

Uma névoa sobre um corpo vazio
Leva uma alma vazia
Entorpecedora melancolia
Deus de mim
Que eu me livre de mim.

                                                           


                                                                                          By Aranda l”
         

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

BREVE DISSABOR DA INSEGURANÇA

A verdade? Eu não estou pronta pra ser absolutamente nada.
Por qual motivo? Sou egoísta demais, insuportavelmente chata, tão excessivamente metida à madura que beiro à infantilidade, dona de uma misantropia estupefatamente prazerosa e... penso demais.
Penso.
Ando por entre os becos com ar de segurança. Olhares de canto moveriam bocas entreabertas a sussurrar: segura de si.
Encruzilhada.
Gargalhadas vociferam de dentro de mim.
No limite da loucura e da burrice, regozijo-me!

                                                                            By Aranda l”

terça-feira, 30 de outubro de 2012

APENAS UM DEVANEIO...

1.
Pena daquele jovem senhor. Vai fingindo que vai tudo bem com tamanha maestria que anda acreditando no próprio fingimento. Diz ele que é feliz com a vida que tem, mas anda sempre preenchendo suas supostas horas vagas com trabalho. Talvez, lá fora seja melhor que dentro. Talvez, suavize o peso dos dias sem graça. Onde ficou aquele garoto questionador com ares de revolucionário? Anda vagando com uma mochila nas costas, fone nos ouvidos, bem longe de ti. O dinheiro o corrompeu em algum cargo pomposo? Não, não creio. Sem saber ao certo o porquê, ainda enxergo uma fagulha, oscilando entre a faísca e a escuridão, dentro daquele ser. Sim, ele é humano. Não esqueçamos isso. O caminhar da vida, por vezes, faz a gente se perder de si. Ele teima em se ver como só emoção. Que emotividade é essa que percebe sua própria superficialidade e permanece no vazio? O passar das horas mortas não lhe pulsa sentido? O domingo em frente à TV não lhe grita que a vida anda a escorrer sobre seus dedos? Vida. Que vida ele anda vivendo? Quisera eu entrar na sua vida e sentir sua angústia silenciosa. Esse desassossego provaria minha crença: Por mais que tente ir simplesmente seguindo, o garoto ainda o habita. Melodia de guitarra numa roz rouca de tom melancólico. Aquelas letras te remetem a algo? Era essa vida que querias? Exatamente essa vida? Não entendes? Quase sempre é preciso mudar. Correr o risco da liberdade. Teme o preço que terás que pagar? Onde se perdestes que não queres pular mar adentro? Vês! O medo já lhe tomou. Há como ser responsável mesmo deixando para trás o que não te completa mais. Não me diga que já é tarde. Estais preso somente a ti. Experiência não tem idade. Aventurar-se, eis o triunfo do bem viver. Não adianta te acalmastes em mil templos, nem devorares escrito de sabedoria, para domar-se é necessária a fluidez do ser. Andas deixando de ser, não percebestes?

2.
Retoma-te!
Encontra o garoto instigador. Ele também procura por ti, é bem verdade. Jamais desprezaria tua maturidade. Porque desprezas aquele fino incômodo que diz que algo já anda perdido? Eu sei, eu sinto que tu desejas. E porque não arriscas? Talvez, ainda não estejas preparado. Mas, não se engane isso não me tira o pesar que sinto por ti. Viver não vivendo é uma afronta a tudo que mentalizas pela manhã. Preferes mesmo a monotonia? Eu já te vi como um mar calmo e escuro, misterioso. Era, ou ainda é, essa impressão que tentas passar. Tenta. És um mar calmo, sim. Na parte rasa, apenas, meu jovem. Mar translúcido. Tua profundeza te revela: redemoinhos bailam dentro de ti. Um pouco de mansidão é fundamental, mas não confundas com ‘mornidão’. Aceitar o morno é um pacto de covardia. Não espero ter ver como covarde. Imagino, por vezes, que estais apenas sendo cauteloso. Mas saibas que cautela em demasia, meu caro, é perda de tempo. Se te achas velho, imagina quanto tempo estais perdendo. Não és velho na idade, nem no rosto marcado de rugas - sabes eu acho lindo esse carimbo do tempo em sua face - Pouco me importa se és belo ou feio, se és velho ou novo. Estou presa na sua mansidão com ares de quem sabes além de mim. De quem sabe além do que ainda tenho para viver. Sabes mais da vida, mas anda esquecendo-se de vivê-la, és velho assim. Meu jovem senhor resgata o garoto. Não se perca com o passar do tempo. Não se perca de si. Se quiseres pensar na idade, pensas o quão repugnante é o homem vivido como tu, na sombra de si. Preso em seu quadrado sonhando além dos muros. Imaginar é uma arte, mas quando se fala de vida, é apenas uma arte morta. Vivencias a arte e estarás liberto.

3.
Saiba, eu ainda tenho pena de ti. Andas por aí fingindo amizades. Se pudesse me ouvir, levantarias a sobrancelha de sobressalto e me perguntarias:  - fingindo? Eu vos responderia: - Sim, meu "amigo", frise-se, amigo entre aspas, você sai escutando a todos e criando uma falsa intimidade falando de ti apenas o superficial. O mais raso de ti desabafas entre risos. O profundo levas do outro que desnuda a alma pra ti. E tua alma? Quando permitirás que adentrem nas entranhas de tua alma? Aprendes com o outro, não nego. Mas não sai do teu controle. E novamente irás dizer que é pura emoção e se entregas ao sentimento de comunhão entre pessoas. Teimas. Teimas em não se perceber. Já dizia o poeta, meu jovem, as emoções são como cavalos selvagens. E teimas, teimas em falar em emoção, quando teu cavalo anda bem seguro na rédea. Respire fundo, lave o rosto e se olhe no espelho. A verdade sempre cai bem em vidas monótonas. A tua monotonia não te inquieta? Uma vez sentida a fina e doce ligação entre almas, fugir é morrer em vida. Viverás da saudade do que nunca tivestes? Se bem que a nostálgica melancolia de um tempo que nunca se viveu tem sua beleza.
Agora já não sinto tanta pena de ti, porque sei que sentes pena de mim também.
Quimera.
Um barquinho no mar sendo levado pela onda.
 

                                                                                     By Aranda l”

domingo, 21 de outubro de 2012

Carta aberta para Luisa

Querida amiga Luisa,
Havia um tempo em que nós conversávamos horas a fio, dia após dia o tempo corria entre poesias, filosofia e música sem hora pra acabar. Mas a cada dia a vida tem nos tomado tempo. E sem tempo mal conversamos. Lances de encontros rápidos com trocas de conversas superficiais. Tal qual a vida tem sido pra mim. Superficial. O tempo que antes nem se notava passar, tem sido alvo de minhas maiores preocupações.  Ele anda escorrendo sobre meus dedos. Não, não ousaria acusar o tempo de ingrato por ir passando sem ao menos avisar. Ele está seguindo seu caminho. Culpo a mim que não ando seguindo o meu. Tempo vazio. Tempos em vão já perdidos querendo me encontrar. Ainda não aprendera o óbvio: a vida é para ser vivida e não entendida, ou não sabia como fazê-lo. Ousaria dizer destemidamente que tinha medo. Só o medo paralisa alguém assim. Mas porque tanto medo,  perguntarias. Eu te lembro do dia que falastes para mim que me vias como um pássaro dentro de uma gaiola. Ansiando voar alto, mais alto que os sonhos dentro de mim. Entendes? Acostumada à gaiola esqueci que tenho asas.  Talvez, nem saiba que as tenha, talvez eu não saiba mais quem sou, talvez viva somente de talvez. É, cercada de “talvezes”, com o perdão da invenção. Ora, esqueça o perdão, é preciso quebrar regras. Nem que a única seja, no momento, gramatical. Confusa, diriam alguns. Pra mim, mais lúcida do que nunca! Porém, presa.  Ainda presa nas amarras criadas pelo medo. Ocorreu-me agora, medo de mim? Porque o lado de fora das grades da gaiola me apavoraria tanto? Seria mesmo pavor? A gente cria algo maior dentro da gente e vai alimentando medos com tamanha força que algo por mais simples que seja, torna-se assustadoramente pavoroso. A verdade é que sei que depois iria me perguntar: Era só isso? Tão fácil? Tão simples? É, mas há uma diferença grande entre saber e ir além. Metida a sabe tudo só andei me dando mal, mas agora sinto que ando baixando à guarda demais. Penoso o meio termo. É preciso ser algo e esse maldito equilíbrio, por vezes, ofusca a vida. Amiga querida, falo isso porque o tempo está passando e quero que esta carta chegue aí como um grito aos seus ouvidos. E que no mais tardar do amanhecer, ecoe nos meus.  Me perguntas como estou, e te digo que tudo continua na mesma, embora tudo esteja infinitivamente diferente dentro de mim. Inclusive minha face que aos meus olhos anda transfigurada. Não é uma questão de beleza. É uma questão de olhar pra dentro de si. E cheia de mim, já ando olhando no espelho meio sem graça pra mim mesma. Não adianta fugir de si mesmo quando tudo que se tem efetivamente na vida é somente a si mesmo. Pra onde quer que se vá levo-me arrastada por correntes. Carrego o peso de seguir me escondendo de mim mesma. Recomeçando, readaptando, reencontrando... re... re..ré.. vai saber se numa dessas eu engatei a marcha ré?!

Despeço-me ansiando ..voar!




                                                                                        Com carinho,  Aranda .


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu eu em mim!



 


Onde eu me perdi?
Quando eu me perdi?

Fiquei para trás em algum lugar
Fiquei para trás de mim
Fiquei atrás de mim

Ou talvez, eu nunca sequer tenha me perdido
E agora que não há nada para achar
o que faço com esse eu em "mim"?

                               

                                                                    By Aranda l”










quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Carta aberta para Aranda

Aranda Lima,                       

Oi amiga, estou aqui escrevendo a primeira carta (que deveria chegar pelo correio), como é bom escrever pra você, sempre adorei cartas (hoje em dia tão em desuso, infelizmente!). Agora são 14hs26min, trabalho, pensa num dia difícil... hoje pensando muito na vida... na minha vida, vontade de ficar quietinha, sem refletir [acho que sabe como é né?! essas cabeças pensantes...] mas, ainda bem que estou aqui escrevendo pra você, afinal, isso é um bom sinal... sinal de que amo nossas conversas. Pois é, como anda tudo por ai? como esta? espero, torço e oro por você (já sabe disso).
Minha vida anda tão corrida, às vezes pergunto pra Deus se realmente estou viva. 
Sabe, na verdade mesmo estou com vontade de sentar [com alguém cabeça], que tudo que você fale tem assunto... e conversar por muito tempo! 'é amiga, me veio a cabeça: você seria a pessoa ideal - estou sempre a procura dos meus iguais'. É, cada um com sua sensata loucura.
Olha amiga, o que acabei de lê:

Anda desmotivado? Se perdeu durante o caminho? Suas expectativas foram embora? Tá com medo de tomar atitude? Lembre-se que ainda há vida, e enquanto há vida, há também uma possibilidade imensurável de você se reencontrar e dar uma nova chance a si mesmo, um reencontro.. Muitos já se foram, não gostariam de ter limitado o seu tempo de viver. Então não desperdice essa chance. Permita-se acreditar novamente que você 'pode' o que estiver disposto a lutar para ser! (desconheço autoria)

Agora, estou refletindo muito no que transcrevi pra você, serve muito pra mim... pra você. [ah, só para constar, estou tomando sorvete sabor pudim de leite condensado Hahahaha], então, voltando ao assunto, me desculpe a forma que estou escrevendo, é que escrevo e trabalho ao mesmo tempo.

Sabe, agora estou melhor do que no inicio da carta, a alegria volta a reinar neste ser!! (trelas)
ah, fiz inscrição para um concurso numa comarca aqui perto, aquele outro concurso que sempre te falo (o sonho que você sabe - Rhánhh... o qual irei aplicar as habilidades do Krav Magá Israelense... kkk morro de sorrir quando lembro você dizendo isso - muito a sua cara!) ainda não saiu o edital, mas estou estudando, e você? me conte... Então querida, por hoje é isso... findo esta carta às 16hs15min, preciso trabalhar, saiba que é sempre gratificante gastar um tempo com você! nunca se esqueça do quão importante você é... Fique com Deus. Beijos e mais beijos.


Kelly Luisa

Goiânia, 28 de Setembro de 2012

Imaginação tão viva quanto ela. Nas entrelinhas pequenas histórias... Um caminho, uma forma, várias memórias e um vasto horizonte. Recomeçar sempre... uma obrigação! Não andar em círculos... seu lema. Descobre mais sobre si... assim! A cada expressão, a cada escrita a quase certeza de que nunca mais conseguira se expressar dessa forma. Em vão! Lava a alma, traz à tona a razão muitas vezes perdida. Mesmo sem entender, acha sim que é uma bela forma de exercer seu direito ao grito, aquele abafado, sufocado e até mesmo entalado... Dias de pá virada! Eles acabam assim.
        Por Kelly Luisa

domingo, 26 de agosto de 2012




 



A um passo do abismo
Entende-se as regras do jogo da vida
Viver é questão de vida ou morte
Viver pede urgência
Urgência de ter tempo para ter tempo

Não há tempo pra mistérios
Meias-palavras
Sentimentos a conta gotas

Não há tempo pra encostar os dedos aos poucos
Tentando descobrir se o mar está gelado
Mergulhemos de cabeça
Penetremos nos olhos dos outros
Penetremos em nós mesmos!



                                                                                        By Aranda L'ima

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Causa mortis

 
Eu sei que todos nós morremos um pouco a cada dia
Mas eu ando morrendo muito a cada dia
Ando perdendo a mim
Como se andasse esfacelando pelos becos da vida
Olho pra trás e vejo pequenas partes de mim despedaçadas
Por vezes me vejo como cinzas esvoaçantes se esvaindo contra o vento
E a cada sopro vai-se, bailando em tom tristonho, uma mão-cheia de mim

Ando perdendo a vontade de seguir
Ando me perdendo de mim
Ando?
Rastejando com o que resta de mim

Insuportável seguir quando sua alma já se foi
Já não há mais brilho em meu olhar
Olhos que vê nublado
Coração que chora em silêncio
Sorrisos nada sinceros
Dias silenciosos

Decepcionante descobrir a verdade da vida
Imaturidade não saber lidar com ela
Tentador lutar contra ela
Sua rival seria a morte?
Morte versus vida.




                                                                             By Aranda l”




















quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Epifania melancólica




Se eu tivesse um lugar pra chamar de meu
Um refúgio longínquo
Isso só me bastaria

Adentraria em mim com um profundo suspirar
E repousaria na minha própria respiração
Longa e lenta

Sentiria meu fôlego faltar
Restaria um silêncio de quando se percebe que está perto de partir
Inspiraria ares libertadores

É tão libertador partir
Quando não se tem mais nada a perder

O refúgio do meu eu precisa de um lugar pra descansar
Onde encontro esse lugar?
Quisera eu apenas descansar de meus pensamentos
Quisera eu ficar longe de toda essa gente que passa por mim

Talvez seja sintoma de uma vida perdida
Mas escuto ao fundo uma melodia melancólica
que me diz baixinho que não fora feita pra esse mundo

Não sentirei saudades de uma vida não vivida
Ousaria dizer que sentiria pesar por minha partida
Eram especiais aqueles dias de paz ao sentir a melancolia adentrar meu pequenino ser
Transpirava nostalgia de um tempo que jamais vivera ou viveria ou viverei

E há algo mais encantador que isso?
A certeza de olhar pra um nada
O tudo é tão fugaz.

Piso em folhas secas
Sinto a névoa pairar sobre o ar
Respiro ares bucólicos
Sinto meu rosto entrecortado pelo vento frio

Falta-me ar
Falta-me vida, ousaria dizer
Vida da qual não sinto falta

Deleite ou delírio, morrer em vida?




                                                              By Aranda l”


 
                                                                            













domingo, 12 de agosto de 2012

Quem me dera...

Quem me dera eu fosse como essa gente que passa por mim.
Tão alheia...

Quem me dera eu pudesse passear por essa gente com olhos que apenas veem, e nada enxergam.
Tão cegos...

Quem me dera eu passasse a vida a espera de um grande amor
Tão vazia de mim mesma...

Quem me dera tivesse uma inabalável fé na vida.
Tão alienada...

Quem me dera eu respirasse o mesmo ar dessa gente.
Tão passivos...

Quem me dera eu pudesse passar por essa vida à mercê como essa gente.

Quem me dera ...

Ah! Quem me dera...

Eu fosse indiferente a toda essa gente.


                                                                               By Aranda l”








                                                                                   By Aranda l”






quinta-feira, 3 de maio de 2012

Hão de vir


Hão de vir

Entre o levantar e cair das quedas da vida
Um dia você se ergue e põe-se em pé
Firme!
Tal qual um soldado prestando continência

Respira fundo, estufa o peito
Orgulha-se das cicatrizes
Abandona as desculpas
Despede-se dos sofrimentos
Perdoa-se

Do passado só a aprendizagem
Do presente a fortaleza
Do futuro a certeza
Certeza que dias melhores virão

Hão de vir
E se teimarem em não vir, lace-os
Tal qual um peão laça um cavalo indomável
Traga-os para si

Hão de vir!
                                                       By Aranda l”

sábado, 28 de abril de 2012

Fealdade enfeitada


Não penses que sou leal a minha feiúra
Eu vivo tentando mascará-la
Oh! Triste verdade!
O que possuo é simplesmente fealdade!



By Aranda l”

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Idiossincrasia

                                                                                


Não, não tem explicação.
Simplesmente algumas pessoas nascem assim:

Melancólicas.

Não, não tem explicação, nem sequer culpados.
Simplesmente algumas pessoas nascem assim:

Preenchidas por uma saudade de uma vida que nunca tiveram.
...

Respiram ares bucólicos, inspiram nostalgia.

...
Não, um amor não a satisfaz.
Não, dinheiro não a satisfaz.
Não, beleza não a satisfaz.

Por alguns instantes, talvez...

Mas, a verdade é que :
O amor do seu amor não preenche a falta de amor próprio
O dinheiro não compra sua insatisfação
A beleza nunca é suficientemente perfeita para seu ideal.
...
E o seu calvário persiste!
Martírio deleitante.
...
                                                                            
                                              Vicissitude ou ventura?

                                                                        
                                                                

                                                                By Aranda l”

terça-feira, 17 de abril de 2012

                                                                                                    
                  
Dizeis não entender minha idolatrada adoração à solidão, mas o que seria mais incompreensível do que
tua solidão a dois?!!

                                                                             

 By Aranda l”

quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Amor" possessivo


Namoro.
...
Ela tinha arranjado um namorado.
Seus olhos refletiam um rapaz bem afeiçoado, charmoso, carinhoso, atencioso, romântico e todas aquelas qualidades quase pueris que se enxerga no inicio de uma relação amorosa.
...
Três semanas de romance.
...

 Ares cavalheirescos.
Tom de romantismo.
Ele havia chegado devagarzinho. Cercara por todos os lados. Estava a dar o melhor de si. Sabia que era sempre mais difícil no início, mas ela seria dele. Repito, ele acreditava que ela seria dele.
Ia com jeitinho.
Um dia, acompanhado de lindas flores pediu baixinho no seu ouvido que não usasse roupas decotadas ou curtas. Dizia em tom sedutor que queria ela só pra ele.
Outro dia, um jantar à luz de velas, pediu que não falasse com o garçom. Achava de bom tom que o homem da mesa fizesse os pedidos.
Outros tantos dias ligava incessantemente para ela. Queria saber onde estava, o que estava a fazer e com quem. Dizia se preocupar com aquela que chamava de princesa. Sussurrava que em tão pouco tempo já não conseguia ficar muito tempo longe dela e declarava com voz surpresa que isso nunca tinha acontecido antes. Percebera que com ela tudo era diferente. Nenhuma outra mulher havia mexido tanto com seus sentimentos. Diz-lhe que ela era especial.

Numa madrugada ligou-lhe aos gritos porque ela ainda não tinha modificado o seu status em uma rede social para relacionamento sério.
Berrava por mais consideração.

Parecia contemplar seu rosto como se a endeusasse e quase que recitando dizia que ela era pra casar. Declarava que ela nascera pra ser mãe de seus filhos e que era diferente das outras mulheres que se via hoje em dia.
Segurava sua mão, entrelaçava com as suas e elogiava sua delicadeza. Fazia-lhe juras de sempre protegê-la.
Vez por outra lançava indiretas sobre amizades. Com tom sério dizia que mulher bonita não podia ser amiga de homem e que até gostava de uma das amigas dela, pois essa era, nos dizeres dele, respeitável. Sempre arranjando algo para fazer juntos, dizia-lhe que almas gêmeas só precisavam um do outro.
Persistia a lhe pedir mais atenção.
                              
Noutro dia o incontrolável.
 Beira o surto ao vê-la conversando com um rapaz. Fora hostil pelo resto do dia.

Ela ligou-lhe, ameaçou conversar mais sério em tom de insatisfação.
...
Silêncio.
...
À noite apareceu com ares de magoado, mas calmo, arrumado e cheiroso, trazendo uma caixa lindamente embrulhada como um pedido de desculpas.
Discursara que era muito amor dentro dele, que a valorizava demais, gostaria de conversar mais sobre a relação, que se sentira um adolescente ao lado dela e tinha medo de amar.
Baixou a cabeça e disse que se sabia ciumento, mas que buscaria um tratamento para seu excessivo ciúme, justificando que era puro medo de perdê-la.
Disse-lhe que aquele ato impetuoso o fizera notar que a amava.
Olha-a e como que se vale de um golpe fatal, diz: - Eu te amo!
...
Silêncio.
...
Ela fita-lhe, dá-lhe as costas e vai-se.
Muito bem acompanhada de si mesma.
Lado a lado com a independência emocional.
...
Fim do Romance.

                                                                              
                                           
                                                                             By Aranda l”

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Reticências aqui são só enfeite...

      Não tenho escrito ultimamente, minhas palavras andam ausentes, mas respeito esse momento delas. Ando calada, pensativa... distraída do mundo. Escrever exige tempo, um certo esforço e me pego aqui sem a bendita inspiração. Mentira pura, tenho inspirações sim... mas é que no momento evito escrever sobre elas. Evitando pensar, evitando contar os dias - o silêncio ás vezes é sempre melhor do que qualquer coisa que eu possa escrever aqui ou sair falando por ai. Dizem que os sábios preferem o silêncio, pois então... Estou com sono, aquele resfriado, vontade de ficar quietinha, sem ouvir, sem pensar, uma dorzinha chata no corpo e escrevendo isso ao som de uma música instrumental 'Á La Française'nunca ouvi antes e posso dizer que nem gosto, mas tudo certo... Tudo tranquilo (tenho a estranha mania de quase sempre ouvir músicas sorrindo, e culpo algumas pessoas por isso, ouvi por ai). Andei viajando muito esses últimos dias, mas foi em meus pensamentos 'fui longe' e nele tantas coisas, como também a saudade, e vejo como ela comove, o quanto dói, e o pior: o quanto é real. Tem chovido muito esses dias (mas não quero falar da chuva e muito menos da saudade). 
      Tantas coisas a fazer... não fiz - tamanha teimosia! - livros pra ler (daqui olho para um monte deles e fecho os olhos 'bem apertado' - sinal de desespero). Credo, quanto desanimo. Ta, tudo bem, eu sei que ELE permite situações em nossas vidas para aprendermos, e lhe digo, tenho sido uma excelente aluna com os tropeços. Hoje começo a enxergar a vida de um modo diferente, acho que posso dizer que deixando um pouco da 'bendita' inocência de lado 'XEQUE MATE', afinal... nem todo mundo é como a gente (pensei aqui comigo). Esta frio aqui dentro, apesar do sol que insiste em sair la fora, meus pés estão gelados. Pois é, a música ruim tem fim 'gracias' e o que me resta é o barulho do ponteiro do relógio de braço, marrom, jogado em minha escrivaninha a girar (tic-taccccccccc). Nossa, como isso é apavorante, essas horas, esse tempo que não para pra nada (a vida continua... a vida não te espera meu amigo), isso me consome, mas deixa pra la - prometi a mim mesma que não iria mais falar palavrões 'me lembro agora de um amigo', então ta... Paro de escrever por aqui, ponto final é ponto final, esse negocio de querer dar sequencia a um texto depois de dias, de tempos... perde o sentido da coisa. 
      Ajo com os meus textos como reajo na vida, simples assim, ou digamos, complicado assim! Posso dizer que minha vida se resume a caminhar pisando em ovos. Sinto muito medo de estar aqui, de sentir esse amor estrondoso que tenho dentro de mim... A vida comum de dias iguais de fato não me interessa e sei que não teria paz se desistisse de mim. Sem mais delongas, findo estas escritas com a linda frase Machado de Assis: "Não sabia odiar, pode ser até que não soubesse amar"!
      E não esquecendo que: Reticências aqui são só enfeite.

       Por Kelly Luisa