quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Amor" possessivo


Namoro.
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Ela tinha arranjado um namorado.
Seus olhos refletiam um rapaz bem afeiçoado, charmoso, carinhoso, atencioso, romântico e todas aquelas qualidades quase pueris que se enxerga no inicio de uma relação amorosa.
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Três semanas de romance.
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 Ares cavalheirescos.
Tom de romantismo.
Ele havia chegado devagarzinho. Cercara por todos os lados. Estava a dar o melhor de si. Sabia que era sempre mais difícil no início, mas ela seria dele. Repito, ele acreditava que ela seria dele.
Ia com jeitinho.
Um dia, acompanhado de lindas flores pediu baixinho no seu ouvido que não usasse roupas decotadas ou curtas. Dizia em tom sedutor que queria ela só pra ele.
Outro dia, um jantar à luz de velas, pediu que não falasse com o garçom. Achava de bom tom que o homem da mesa fizesse os pedidos.
Outros tantos dias ligava incessantemente para ela. Queria saber onde estava, o que estava a fazer e com quem. Dizia se preocupar com aquela que chamava de princesa. Sussurrava que em tão pouco tempo já não conseguia ficar muito tempo longe dela e declarava com voz surpresa que isso nunca tinha acontecido antes. Percebera que com ela tudo era diferente. Nenhuma outra mulher havia mexido tanto com seus sentimentos. Diz-lhe que ela era especial.

Numa madrugada ligou-lhe aos gritos porque ela ainda não tinha modificado o seu status em uma rede social para relacionamento sério.
Berrava por mais consideração.

Parecia contemplar seu rosto como se a endeusasse e quase que recitando dizia que ela era pra casar. Declarava que ela nascera pra ser mãe de seus filhos e que era diferente das outras mulheres que se via hoje em dia.
Segurava sua mão, entrelaçava com as suas e elogiava sua delicadeza. Fazia-lhe juras de sempre protegê-la.
Vez por outra lançava indiretas sobre amizades. Com tom sério dizia que mulher bonita não podia ser amiga de homem e que até gostava de uma das amigas dela, pois essa era, nos dizeres dele, respeitável. Sempre arranjando algo para fazer juntos, dizia-lhe que almas gêmeas só precisavam um do outro.
Persistia a lhe pedir mais atenção.
                              
Noutro dia o incontrolável.
 Beira o surto ao vê-la conversando com um rapaz. Fora hostil pelo resto do dia.

Ela ligou-lhe, ameaçou conversar mais sério em tom de insatisfação.
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Silêncio.
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À noite apareceu com ares de magoado, mas calmo, arrumado e cheiroso, trazendo uma caixa lindamente embrulhada como um pedido de desculpas.
Discursara que era muito amor dentro dele, que a valorizava demais, gostaria de conversar mais sobre a relação, que se sentira um adolescente ao lado dela e tinha medo de amar.
Baixou a cabeça e disse que se sabia ciumento, mas que buscaria um tratamento para seu excessivo ciúme, justificando que era puro medo de perdê-la.
Disse-lhe que aquele ato impetuoso o fizera notar que a amava.
Olha-a e como que se vale de um golpe fatal, diz: - Eu te amo!
...
Silêncio.
...
Ela fita-lhe, dá-lhe as costas e vai-se.
Muito bem acompanhada de si mesma.
Lado a lado com a independência emocional.
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Fim do Romance.

                                                                              
                                           
                                                                             By Aranda l”

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