Eu tinha fome.
Uma famigerada fome intelectual.
Alimentava-a com migalhas de uma ilusão : aventuras intelectuais guiadas por um mentor que entrelaçasse seu intelecto no meu já cansado gênio.
Aguardava com uma ilusão famélica. Ilusão que beirava a loucura daqueles que não desistem de si, mesmo quando se percebem perdidos contemplando o nada.
Quem haveria de dar-lhe a intelectualidade como quem sacia um esfomeado sem forças para alimentar-se?
Eu esperava impacientemente com toda calma de uma consciência que não adormece.
Haveria de ser meu os dias letrados de uma mente 'bibliotesca". E nos uniríamos como quem rasga a si e penetra violentamente com a suavidade do gozo da sapiência.
Famigeradamente insaciável.
E no mais tardar de um amanhecer sobre livros e páginas rasgadas veria meu cérebro exposto a lembranças que morrerão diante das falhas humanas. E só sobraria o meticuloso prazer da ilusão dos doutos.
Aranda l”
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