Cala-te!
Não sussurras que desejas vir-a-ser escritor.
Cala-me!
Não sussurras que desejas vir-a-ser escritor.
Cala-me!
Alma atormentada, sempre a vagar por si entre a melancolia e a solidão do desprezo pelas pessoas.
Ah! Sensíveis há muitos, mas angustiados na própria pele percorrem o inefável caminho solitário.
Tão amaldiçoado em si que só a si tenta compreender.
Cala-me!
Tão amaldiçoado em si que só a si tenta compreender.
Cala-me!
Lançando-se no abismo da escrita como quem rasga de si toda aquela agonia.
Empurrando a dor para as letras como quem precisa salvar-se, desafogar-se, expulsar a si de si mesmo.
Cala-me!
Cala-me!
Dando voltas em si mesmo entre um gole de bebida barata, um cigarro queimando entre os dedos e um outro para penetrar em seu corpo nu - Objetos descartáveis ao bel prazer.
Gira a cabeça para os papéis e sorri. De todos os prazeres sabia que escrever era o perder-se do despertar.
Cala-te!
Cala-te!
Não, não me venhas com o desejar ser um escritor se não te sangra a alma.
Se a existência não é desalento.
Se a existência não é desalento.
Cala-me!
Ocultas em mim a dor entre desadequação e padecimento do eu diante da existência.
Aranda l”
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