segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Apenas um conto






Uma menina no fim de um corredor gélido e vazio de um hospital fita o céu negro, através de uma pequena janela, com olhos piedosos clamando em silencioso ardor por uma ajuda divina. Do céu desce tão rápido, que mal pudera ousar piscar os olhos, uma estrela cadente. O seu feixe luminoso se esvai rapidamente, mas não sem antes penetrar em seu pequenino ser a esperança que seu pedido fosse atendido.
É bem verdade, reza a crença popular que ao vê-la deve-se fazer um pedido e este prontamente será atendido. Embora há muito já não creditasse o destino nas forças divinais, nesse momento era preciso ao menos acreditar que fora um sinal do universo conspirando a seu favor.
Triste verdade! Tal qual a vertiginosa passagem, ele se fora.
Ela não permitiria que ele fosse. A bem da verdade, ela não aceitaria. Naquele instante ela não tinha sequer percebido, mas tinha ido embora com ele.
A morte do pai fora a morte em vida dela - e só mais tarde ela perceberia.

                                                                                                                 Aranda l”

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