Dói-me o existir
Dói-me mais ainda ser um alguém
Sombra de si a inexistir
Quisera eu ser um ninguém
Lembrança em pedras duras de um chão de necrópole
Intitulado indigente da vida
Dói-me
Dói-me o outro
Dói a mim
Quisera eu ser um ninguém
Para não doer tanto assim
E flanar, apenas flanar
Sem carregar o vulto de mim
Figura indistinta
Pobre alguém perdido
Tens mesmo piedade de mim?
Finges me ver
Enquanto finjo ser um alguém
Acreditas que minha piedade por mim é escárnio?
Flanar-me-ia assoviando para longe de ti
Dai-me um instante de nenhuma pessoa
Vagabundarei para a penumbra
Onde olhos não me alcancem
E nem mesmo eu alcance a mim.
Aranda l”
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