segunda-feira, 5 de março de 2012

É madrugada


É madrugada, sem sono... Retrato raro nesses últimos tempos. Perambula um pouco pela casa. Nesse momento ninguém. Não há música. Não há barulho. O silêncio ecoa e a tristeza... Ah, desculpe - essa 'não' tem vez. Agora sentada, sente em suas pernas o vento frio que invade a janela do seu quarto. Na mesa alguns chocolates com a intenção de adoçar a vida e uma água com gás para amenizar. Respira fundo, fecha os olhos na certeza de que amanhã bem cedo o despertador será sua vontade súbita e irremediável de viver e ser feliz! Vem aprendendo com pessoas que passam pelo seu caminho o que nenhum professor, nenhuma doutrina conseguiria lhe ensinar! Turbilhões de pensamentos tentam lhe derrubar. Quase sempre fica abatida, não nega - É humana! (por ironia do destino, é sim). Ficar acordada, ocupa-la é um dos principais vetores de seus sonhos mais absurdos, porque deitar naquela cama - aquela testemunha de muitas noites, dias e anos... simplesmente faz ir longe, muito longe, só onde a imaginação consegue alcançar. Quando difícil, sempre se esforça para ir um pouco mais, aguentamos sim – ela afirma, sempre dá. Se perde constantemente... chora, desespera, mas crê - Isso fortalece. A vida da tapas na cara constantemente meu caro amigo e o pior, ela exige o outro lado da face também! 
Nesse momento... feliz e nem entende... Isso basta, ela tem motivos de sobra para ser assim, tão privilegiada e prospera foi escolhida a dedo em todos os sentidos - isso é verdade. Na mente a vontade avassaladora de falar de Fé atropela, não sabe o por quê... E daí?! Do tamanho de um grão de mostarda ou de uma formiga, não importa. O que interessa aqui é ter. Essa moça é moldada dia após dia, inúmeros defeitos, mas... Andando, tropeçando e aprendendo. Encantada, para não dizer assustada - 'encostada na parede' com o modo que a vida corre. Carrega dentro de si um turbilhão de coisas e ainda um imenso amor - isso simplesmente preenche num mundo sem prioridades e distorcido como o de hoje. Tantos precisam, independente de quanto tenham ou de quem sejam. 
Inclina o pé esquerdo em cima da mesa e sorri (aquele sorrisinho sarcástico, só dela) - olha para janela mais uma vez e respira aquele ventinho frio profundamente, e se pergunta: Porque esta aqui? Porque se expressar escrevendo?! (há tantas formas de se ser). Pergunta constante, quase que um dilema. E lhe diz com toda certeza: Não acha respostas para todas suas perguntas e nem sempre soluções para seus problemas e não se preocupa afinal, sabe que independente de qualquer coisa consegue tirar de letra o peso de sua alma! Subitamente‘Pearl Jam - Come Back toma conta do silêncio. Perfeito! Cruza as pernas e os braços, com uma das mãos na boca... Se mantém acordada mais uma vez.

Por Kelly Luisa
                                         

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