quarta-feira, 5 de outubro de 2016
© Edward Hopper, "Noite de Verão".
Intelectual
Seria um livro ambulante?
Sempre citando e citando os geniais.
Convicções dos outros.
Intuitiva
Seria uma flor exalando misticismo?
É afeita a sentir o que cita o intelectual.
Convicções dela.
Caminhos cruzados.
Ela, fita a lua cheia e declama poesia.
Ele, fita o longe ansiando saciar desejos.
Emaranhados de um destino frágil.
Um livro ambulante chamado desejo
e uma flor vibrando desabrochar laços
Conexões fracas.
Carência furtiva festejando sexo.
Carência emotiva deliciando-se de si mesma
Ele, procura o outro
Ela, a si mesmo
Silencia, apenas silencia.
E ouve ecoando vozes vindas dele.
O vazio dele ecoa, mas quem fala são os outros - gemidos e sussurros.
Ele não se basta.
Ela se basta tanto que se enche do vazio dele.
Caminhos descruzados.
Para ela, bastava o inexplicável.
Para ele, o explicável e inescusável desejo.
Talvez a velhice em último suspiro despertasse a força transcendental do afeto.
Mas livro não sente.
Apenas cita o que fala os ditos geniais.
Uma resposta para tudo.
Nenhuma resposta pra si.
Aranda l”
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