sábado, 28 de abril de 2012

Fealdade enfeitada


Não penses que sou leal a minha feiúra
Eu vivo tentando mascará-la
Oh! Triste verdade!
O que possuo é simplesmente fealdade!



By Aranda l”

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Idiossincrasia

                                                                                


Não, não tem explicação.
Simplesmente algumas pessoas nascem assim:

Melancólicas.

Não, não tem explicação, nem sequer culpados.
Simplesmente algumas pessoas nascem assim:

Preenchidas por uma saudade de uma vida que nunca tiveram.
...

Respiram ares bucólicos, inspiram nostalgia.

...
Não, um amor não a satisfaz.
Não, dinheiro não a satisfaz.
Não, beleza não a satisfaz.

Por alguns instantes, talvez...

Mas, a verdade é que :
O amor do seu amor não preenche a falta de amor próprio
O dinheiro não compra sua insatisfação
A beleza nunca é suficientemente perfeita para seu ideal.
...
E o seu calvário persiste!
Martírio deleitante.
...
                                                                            
                                              Vicissitude ou ventura?

                                                                        
                                                                

                                                                By Aranda l”

terça-feira, 17 de abril de 2012

                                                                                                    
                  
Dizeis não entender minha idolatrada adoração à solidão, mas o que seria mais incompreensível do que
tua solidão a dois?!!

                                                                             

 By Aranda l”

quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Amor" possessivo


Namoro.
...
Ela tinha arranjado um namorado.
Seus olhos refletiam um rapaz bem afeiçoado, charmoso, carinhoso, atencioso, romântico e todas aquelas qualidades quase pueris que se enxerga no inicio de uma relação amorosa.
...
Três semanas de romance.
...

 Ares cavalheirescos.
Tom de romantismo.
Ele havia chegado devagarzinho. Cercara por todos os lados. Estava a dar o melhor de si. Sabia que era sempre mais difícil no início, mas ela seria dele. Repito, ele acreditava que ela seria dele.
Ia com jeitinho.
Um dia, acompanhado de lindas flores pediu baixinho no seu ouvido que não usasse roupas decotadas ou curtas. Dizia em tom sedutor que queria ela só pra ele.
Outro dia, um jantar à luz de velas, pediu que não falasse com o garçom. Achava de bom tom que o homem da mesa fizesse os pedidos.
Outros tantos dias ligava incessantemente para ela. Queria saber onde estava, o que estava a fazer e com quem. Dizia se preocupar com aquela que chamava de princesa. Sussurrava que em tão pouco tempo já não conseguia ficar muito tempo longe dela e declarava com voz surpresa que isso nunca tinha acontecido antes. Percebera que com ela tudo era diferente. Nenhuma outra mulher havia mexido tanto com seus sentimentos. Diz-lhe que ela era especial.

Numa madrugada ligou-lhe aos gritos porque ela ainda não tinha modificado o seu status em uma rede social para relacionamento sério.
Berrava por mais consideração.

Parecia contemplar seu rosto como se a endeusasse e quase que recitando dizia que ela era pra casar. Declarava que ela nascera pra ser mãe de seus filhos e que era diferente das outras mulheres que se via hoje em dia.
Segurava sua mão, entrelaçava com as suas e elogiava sua delicadeza. Fazia-lhe juras de sempre protegê-la.
Vez por outra lançava indiretas sobre amizades. Com tom sério dizia que mulher bonita não podia ser amiga de homem e que até gostava de uma das amigas dela, pois essa era, nos dizeres dele, respeitável. Sempre arranjando algo para fazer juntos, dizia-lhe que almas gêmeas só precisavam um do outro.
Persistia a lhe pedir mais atenção.
                              
Noutro dia o incontrolável.
 Beira o surto ao vê-la conversando com um rapaz. Fora hostil pelo resto do dia.

Ela ligou-lhe, ameaçou conversar mais sério em tom de insatisfação.
...
Silêncio.
...
À noite apareceu com ares de magoado, mas calmo, arrumado e cheiroso, trazendo uma caixa lindamente embrulhada como um pedido de desculpas.
Discursara que era muito amor dentro dele, que a valorizava demais, gostaria de conversar mais sobre a relação, que se sentira um adolescente ao lado dela e tinha medo de amar.
Baixou a cabeça e disse que se sabia ciumento, mas que buscaria um tratamento para seu excessivo ciúme, justificando que era puro medo de perdê-la.
Disse-lhe que aquele ato impetuoso o fizera notar que a amava.
Olha-a e como que se vale de um golpe fatal, diz: - Eu te amo!
...
Silêncio.
...
Ela fita-lhe, dá-lhe as costas e vai-se.
Muito bem acompanhada de si mesma.
Lado a lado com a independência emocional.
...
Fim do Romance.

                                                                              
                                           
                                                                             By Aranda l”

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Reticências aqui são só enfeite...

      Não tenho escrito ultimamente, minhas palavras andam ausentes, mas respeito esse momento delas. Ando calada, pensativa... distraída do mundo. Escrever exige tempo, um certo esforço e me pego aqui sem a bendita inspiração. Mentira pura, tenho inspirações sim... mas é que no momento evito escrever sobre elas. Evitando pensar, evitando contar os dias - o silêncio ás vezes é sempre melhor do que qualquer coisa que eu possa escrever aqui ou sair falando por ai. Dizem que os sábios preferem o silêncio, pois então... Estou com sono, aquele resfriado, vontade de ficar quietinha, sem ouvir, sem pensar, uma dorzinha chata no corpo e escrevendo isso ao som de uma música instrumental 'Á La Française'nunca ouvi antes e posso dizer que nem gosto, mas tudo certo... Tudo tranquilo (tenho a estranha mania de quase sempre ouvir músicas sorrindo, e culpo algumas pessoas por isso, ouvi por ai). Andei viajando muito esses últimos dias, mas foi em meus pensamentos 'fui longe' e nele tantas coisas, como também a saudade, e vejo como ela comove, o quanto dói, e o pior: o quanto é real. Tem chovido muito esses dias (mas não quero falar da chuva e muito menos da saudade). 
      Tantas coisas a fazer... não fiz - tamanha teimosia! - livros pra ler (daqui olho para um monte deles e fecho os olhos 'bem apertado' - sinal de desespero). Credo, quanto desanimo. Ta, tudo bem, eu sei que ELE permite situações em nossas vidas para aprendermos, e lhe digo, tenho sido uma excelente aluna com os tropeços. Hoje começo a enxergar a vida de um modo diferente, acho que posso dizer que deixando um pouco da 'bendita' inocência de lado 'XEQUE MATE', afinal... nem todo mundo é como a gente (pensei aqui comigo). Esta frio aqui dentro, apesar do sol que insiste em sair la fora, meus pés estão gelados. Pois é, a música ruim tem fim 'gracias' e o que me resta é o barulho do ponteiro do relógio de braço, marrom, jogado em minha escrivaninha a girar (tic-taccccccccc). Nossa, como isso é apavorante, essas horas, esse tempo que não para pra nada (a vida continua... a vida não te espera meu amigo), isso me consome, mas deixa pra la - prometi a mim mesma que não iria mais falar palavrões 'me lembro agora de um amigo', então ta... Paro de escrever por aqui, ponto final é ponto final, esse negocio de querer dar sequencia a um texto depois de dias, de tempos... perde o sentido da coisa. 
      Ajo com os meus textos como reajo na vida, simples assim, ou digamos, complicado assim! Posso dizer que minha vida se resume a caminhar pisando em ovos. Sinto muito medo de estar aqui, de sentir esse amor estrondoso que tenho dentro de mim... A vida comum de dias iguais de fato não me interessa e sei que não teria paz se desistisse de mim. Sem mais delongas, findo estas escritas com a linda frase Machado de Assis: "Não sabia odiar, pode ser até que não soubesse amar"!
      E não esquecendo que: Reticências aqui são só enfeite.

       Por Kelly Luisa

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Carta de despedida

                                                                            Flauta de Pan


Não chores por mim.
Até me vias, mas não me enxergavas. Eu estava ali o tempo todo, mesmo fora de mim.
Não viverás com culpa alguma, se tem alguém aqui culpado é quem vos escreve.
Culpar-me-ei por morrer em vida.
Não gastes um tostão com pompa fúnebre. Não as tive em vida, não as aceito em morte.
Durmas abraçado ao seu dinheiro e não sinta falta de mim quando descobrir que ele não compra a  solidão.
Finja que fez tudo para o meu bem, mas não esqueça que eu não estava nada bem.
Espalhe por aí que por simples querer eu não fazia nada e simulava ares de depressivo pesar. Daqui eu derramarei uma lágrima com a certeza de que eu nunca houvera desistido de mim. Não havia um dia sequer que não lutasse. Sem platéia, sem alardes, em silêncio. Eu contra eu mesmo.
Saiba que suas críticas não ajudaram em nada. Só me deixavas cada vez mais presa em uma espécie de areia movediça mental. E a cada vez eu descia mais e mais me restando apenas à cabeça pra fora daquele lamaçal. Fizeras acreditar que era um nada e eu acreditei. Olhava para todos os lados e via as muito de mim que citavas com repúdio.

Sem furtar-me de ser forte ou no limite da fraqueza confesso-lhes que lutara ao avesso, sendo exatamente o que não querias que eu fosse.

Fraca? Não enxergas que nada tem a ver com fraqueza. Só sendo muito forte para permanecer lutando sem vislumbrar qualquer sentido na vida.
Rastejava-me à custa da ingenuidade tola de querer-lhes agradar e da busca insaciável do orgulho famigerado de vós por mim e me perdera.
Culpar-me-ia por lhes dar controle sobre mim.
Eis minha culpa: Fugir de mim mesma.
Condeno-me a morte.
Mato-me.

Mato a tola garotinha perdida que fora moldada ao vosso querer.
Mato meu ouvido que clama elogios para se sentir amada.
Mato minha cabeça que implora o passar de vossas mãos a dizer que fora uma boa menina.
Mato minha mente domesticada a querer-lhes agradar.
Mato novamente minha mente com dois golpes: o primeiro esfacela a insegurança fruto da necessidade de mostrar-lhe a perfeição e o segundo despedaça o temor de errar.
Mato mais uma vez minha mente por não entender que podia vos contrariar, sim. Por não entender, e não fazê-los entender, que discordar, debater, enfrentar e não aceitar o que vós querias, ou achavas ser o certo pra mim, não era falta de respeito e nem tão pouco de amor.
Mato definitivamente minha mente por me deixar cair nos emaranhados das vossas chantagens emocionais.
Mato minha voz por se calar.
Mato meu corpo que embora tenha lutado contrariado deixou de ser ele se auto punindo.
Mato meu peito estufado de orgulho por ter feito tudo que vós querias.
Mato meu ser agradecendo ao inconsciente por ter trazido à tona a consciência lúcida através desse corpo que agora mato.
Não lhes furto da verdade de como era: Alheia e à mercê. Por muito tempo envolta no véu da ignorância seguindo uma vida que achava que possuía. Só tinha um aliado: a inconsciência. Esta que trabalha em silêncio, mas lança sinais tão gritantes. E sem notar eu continuava lá me auto boicotando e flagelando-me sem nem dar-me conta disso. Mas agora a consciência berra enchendo-se de si e implodindo internamente. Começo a enxergar. Verdades lancinantes. Lucidez.
A tal areia movediça, na verdade era fluída e límpida. Podia me mexer livremente. Noto que havia me entregado a desesperança. O medo me impedira todo esse tempo. Havia me anulado.
Dou-me conta que abandonara meu eu em algum quartinho vazio e escuro dentro de mim.Liberto-o.
Gostos, sonhos, desejos, interesses, vontades tudo era meu. Somente meu. Retomo-os.
Percebi que merecia muito mais e não havia pudores em me achar especial.
Despertar-me-ei.
Havia um brilho no olhar. Dessa vez seria por conta própria e eu estava pronta para arriscar. Ansiava até errar pra sentir-me viva.
Sepultura a mediocridade. Sarcasticamente dou minhas condolências à estúpida necessidade de aprovação. Já não precisava provar nada, nem a vós, nem a qualquer um que fosse. Não desejara orgulhar ninguém que não a mim mesma.
Entendes? Eu havia matado a mim mesmo para ressuscitar meu verdadeiro eu.
Saiba que não foram vossos discursos vazios que me impulsionaram. Nada tem a ver com vós. Havia lutado internamente em batalhas diárias que nem ousastes perceber. É o meu tempo, meu tempo que havia chegado. Tempo de travessia para a maturidade.
Estava a salvo. E dessa vez, vós que estavas à mercê.
Não me conheces e não sabes nada sobre mim.
Despeço-me com prazer.
Morta pra vós.
Livre por mim e para mim.


                    
                                                                                  By Aranda l”

quinta-feira, 5 de abril de 2012


Silêncio.
Eu preciso pensar.
Conversar comigo mesmo ainda é a melhor coisa que há.
Sussurro pra meu eu: - Tenho um desejo enorme de salvar o mundo!
Eu me respondo: - Antes de tudo, não esqueça de salvar a si mesma.
Silêncio.
Há muito que pensar!
                                                                                                         

                                                                                                           By Aranda l”