Se eu tivesse um lugar pra chamar de meu
Um refúgio longínquo
Isso só me bastaria
Adentraria em mim com um profundo suspirar
E repousaria na minha própria respiração
Longa e lenta
Sentiria meu fôlego faltar
Restaria um silêncio de quando se percebe que está perto de partir
Inspiraria ares libertadores
É tão libertador partir
Quando não se tem mais nada a perder
O refúgio do meu eu precisa de um lugar pra descansar
Onde encontro esse lugar?
Quisera eu apenas descansar de meus pensamentos
Quisera eu ficar longe de toda essa gente que passa por mim
Talvez seja sintoma de uma vida perdida
Mas escuto ao fundo uma melodia melancólica
que me diz baixinho que não fora feita pra esse mundo
Não sentirei saudades de uma vida não vivida
Ousaria dizer que sentiria pesar por minha partida
Eram especiais aqueles dias de paz ao sentir a melancolia adentrar meu pequenino ser
Transpirava nostalgia de um tempo que jamais vivera ou viveria ou viverei
E há algo mais encantador que isso?
A certeza de olhar pra um nada
O tudo é tão fugaz.
Piso em folhas secas
Sinto a névoa pairar sobre o ar
Respiro ares bucólicos
Sinto meu rosto entrecortado pelo vento frio
Falta-me ar
Falta-me vida, ousaria dizer
Vida da qual não sinto falta
Deleite ou delírio, morrer em vida?
By Aranda l”